Pontuação influencia diretamente financiamentos, cartões e até aluguel de imóveis. Especialista da Datarisk explica mitos, verdades e boas práticas para aumentar seu score
Conseguir crédito com juros mais baixos, fazer compras parceladas sem entrada ou alugar um imóvel sem dor de cabeça está diretamente ligado a uma sigla simples, mas poderosa: o score de crédito. Essa pontuação, que varia de 0 a 1000, indica o quanto uma pessoa é vista como “boa pagadora” pelo mercado e entender como ela funciona pode fazer toda a diferença na hora de organizar a vida financeira.
“O score é como um boletim que reflete o comportamento de um consumidor no mercado. Pagar contas em dia, ter um bom histórico de relacionamento com crédito e manter os dados atualizados são ações que impactam diretamente essa nota”, explica Carlos Relvas, fundador da Datarisk, empresa especializada em inteligência de dados para o mercado financeiro.
Segundo Relvas, há uma percepção equivocada de que apenas limpar o nome já garante acesso fácil ao crédito. “Estar com o CPF regularizado é o mínimo. Mas é preciso construir uma reputação de confiança ao longo do tempo. As instituições avaliam se o cliente é consistente, e não apenas se ele está com o nome limpo hoje”, afirma.
Algumas ações práticas que ajudam a melhorar a pontuação de forma segura:
Pague contas em dia — faturas de cartão, boletos, água, luz e telefone têm peso importante.
Renegocie dívidas antigas — limpar o nome é o primeiro passo para reconstruir sua imagem.
Mantenha dados atualizados — CPF, telefone, endereço e renda precisam estar corretos nos cadastros.
Evite usar o limite total do cartão — isso pode indicar descontrole, mesmo que você pague em dia.
Use o crédito com responsabilidade — não abra muitos cartões nem faça pedidos de empréstimos em sequência.
Monitore seu score — plataformas como Serasa, Boa Vista e bancos digitais oferecem essa consulta gratuitamente.
Mitos e verdades:
“Tem muita informação falsa circulando sobre score”, alerta Relvas. “Colocar CPF na nota fiscal, por exemplo, não aumenta a pontuação. O que conta de verdade é o histórico de pagamentos e a forma como o consumidor se relaciona com o crédito”, completa.
Entre as verdades pouco conhecidas, está o fato de que scores podem ser diferentes entre os birôs de crédito, já que nem todas as empresas compartilham informações com todos os sistemas. Outro ponto importante: consultar o próprio score quantas vezes quiser não prejudica a pontuação.
Construção leva tempo, mas vale a pena
Para quem passou por dificuldades financeiras ou já teve o nome negativado, a dica é ter paciência e foco. “Score alto não se conquista do dia para a noite, mas com disciplina e escolhas inteligentes. E o esforço compensa: ele abre portas, reduz taxas e aumenta sua liberdade de decisão no mercado”, conclui Carlos Relvas.